FILMES PREMIADOS – Salvador celebra o cinema nacional com a primeira edição do Festival Os Filmes Que Eu Não Vi
Foi uma celebração emocionante e justa ao cinema independente brasileiro. Entre os dias 15 e 19 de janeiro de 2025 a Sala Walter da Silveira, em Salvador, foi a casa da primeira edição do Festival Os Filmes Que Eu Não Vi. Idealizado por Sol Moraes e produzido pela Água Doce Produções, o evento foi criado com o objetivo de dar visibilidade a filmes independentes brasileiros que, embora repletos de qualidade, encontram dificuldades de distribuição e, consequentemente, permanecem desconhecidos do grande público.
Uma imersão no cinema nacional
Ao longo de cinco dias, o Festival, além de exibir e premiar os filmes, também discutiu os mais variados aspectos relacionados ao mercado do cinema e audiovisual no Brasil. Além das projeções dos filmes na Sala Walter da Silveira, que foi revitalizada e conta agora com equipamentos de última geração, o evento promoveu debates sobre produção, distribuição e exibição cinematográfica, oferecendo um espaço para reflexão e troca de experiências entre criadores e espectadores.
Debate com as janelas de exibição
Duas Mesas de Conversa discutiram as janelas de exibição disponíveis no mercado : “Viabilidade e visibilidade na trajetória dos nossos filmes, com
Suzana Argolo, Cavi Borges e Tereza Trautman, com mediação de José Araripe Jr.; “O que impede nossos filmes de circular”, com Camila de Moraes, da Borboleta Filmes, Letícia Santinon, da Cajuína Filmes, Daniel Leite, da Umbuzeiro Filmes e Vitor Rocha, da Abará Filmes, com mediação de Antônio Olavo.
Uma terceira Mesa de Conversa teve como tema “Como pensar a produção, incluindo a visibilidade dos filmes através dos Festivais” e recebeu como convidados Daiane Rosário, da MIMB, Dayane Sena da Mostra Lugar de Mulher é no Cinema, Edson Bastos do FECIBA, Aline Clea do ANIMAÍ e Esmon Primo, do Cine Movimenta Centro tendo como mediadora Tetê Matos- RJ.
Também foi realizada a importante Masterclass com o produtor Fabiano Gullane, da Produtora Gullane filmes, uma das maiores do Brasil. Os encontros com autoridades e realizadores do setor foram fechados com o Painel Regional, realizado no dia 19 de janeiro, que reuniu nomes importantes de cada uma das cinco regiões do País – Indaiá Freire- PA, Cynthia Falcão-PE, Carol Marins-SC, Tati Mendes-MT e Clementino Jr.- RJ-, além de Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura e assessor do BNDES, para discutir caminhos para a nossa rica filmografia.
O encerramento do Festival se deu com o anúncio dos premiados em dez categorias, dentre os 16 filmes selecionados pela curadoria, com prêmios em espécie pela participação, além do Troféu “Os Filmes Que Eu Não Vi”. Conheça os premiados:
Melhor Filme de Longa Metragem pelo Júri Oficial
Vencedor: Madrigal Para Um Poeta Vivo
Gênero: Documentário
Direção: Adriana Barbosa e Bruno Castanho (SP)
Prêmio: Parceira Mistika Filmes – R$ 8.000,00 em pós-produção
Melhor Filme de Média Metragem pelo Júri Oficial
Vencedor: Abrigo ao Sol
Gênero: Ficção
Direção: Emerson Evêncio (ES)
Prêmio: Parceira Taboca Equipamentos – R$ 1.000,00 em dinheiro
Melhor Filme de Curta Metragem pelo Júri Oficial
Vencedor: Horinzontem
Gênero: Ficção
Direção: Amauri Tangará (MT)
Prêmio: Parceira Cardume Curtas – 1 ano de plano Coral na Cardume Curtas
Vencedor: Abrigo ao Sol
Gênero: Ficção
Direção: Emerson Evêncio (ES)
Prêmio: Aquisição em dinheiro para licenciamento na plataforma Cardume Curtas
Melhor Filme Regional pelo Júri Oficial
Vencedor: Alapini: Uma Herança Ancestral de Mestre Didi Assipá
Gênero: Documentário
Direção: Silvana Moura, Emilio Le Roux e Hans Herold (BA)
Prêmio: Parceira Iglu Loc – R$ 3.000,00 em locação de equipamentos
Melhor Direção pelo Júri Oficial
Vencedor: Madrigal Para Um Poeta Vivo
Gênero: Documentário
Direção: Adriana Barbosa e Bruno Castanho (SP)
Melhor Direção de Fotografia pelo Júri Oficial
Vencedor: Rota de Colisão
Gênero: Ficção
Direção: Roberval Duarte (RJ)
Melhor Trilha Original pelo Júri Oficial
Vencedor: Dia de Folga
Gênero: Híbrido
Direção: Patricia Antunes (MG)
Melhor Direção de Arte pelo Júri Oficial
Vencedor: Aquilo Que Sobra
Gênero: Híbrido
Direção: Humberto Giancristófaro (RJ)
Produção: Camilo Cavalcanti
Melhor Som pelo Júri Oficial
Vencedor: Maria Luiza
Gênero: Documentário
Direção: Marcelo Diaz (DF)
Melhor Produção pelo Júri Oficial
Vencedor: Madrigal Para Um Poeta Vivo
Gênero: Documentário
Direção: Adriana Barbosa e Bruno Castanho (SP)
Menção Honrosa pelo Júri Oficial
Destaque: Protagonista/personagem título do filme Maria Luiza (Documentário)
Iniciativas de impacto cultural
O festival também marcou a revitalização de dois importantes espaços culturais de Salvador: a Sala Walter da Silveira e a Sala Alexandre Robatto. As melhorias incluíram a aquisição de novos equipamentos de projeção de última geração, e som 5.1 e 7.1, além de adaptações de acessibilidade, como a instalação de piso tátil.
A Sala Walter da Silveira foi reaberta como um polo cultural para exibições, cursos e seminários. Já a Sala Alexandre Robatto ainda será reaberta para pedido de pautas, mas está confirmado o cineclube Cine GeraSol, que promoverá edições na sala, realizando debates sobre cinema nacional.
E em março haverá a oficina Engenharia da Produção.
Outro destaque é a parceria com a plataforma digital CineBrasilJá, que funciona como uma cinemateca virtual, ampliando o acesso a produções brasileiras fora do circuito comercial.
Um futuro promissor
O Festival Os Filmes Que Eu Não Vi consolida Salvador como um importante palco de difusão do cinema independente nacional. A iniciativa, financiada pela Lei Paulo Gustavo através de edital da SECULT/FUNCEB/DIMAS, reforça a relevância de projetos que democratizam o acesso à produção cultural brasileira.
Para mais informações, acesse o site oficial osfilmesqueeunaovi.org ou acompanhe no Instagram @osfilmesqueeunaovi.