Quem tem Medo da Mulher de Roxo? Livro de escritor baiano conta a história da emblemática Dama da Rua Chile

CULTURA

Depois do grande sucesso do lançamento do seu primeiro livro, “Salvador Tem Muitas Histórias”, o  professor, psicólogo e escritor Adson Brito do Velho lança sua nova obra “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?” no próximo dia 10 de agosto, sábado, às 18h,  na Livraria do Glauber, Cine Glauber Rocha.

Em “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?” o autor narra a história de uma das figuras mais emblemáticas e misteriosas da cidade de Salvador, entre os anos 60 a 90 e que até hoje povoa o imaginário coletivo dos baianos. O título do livro faz referência aos mais diversos sentimentos que a Mulher de Roxo despertava nas pessoas, como curiosidade, admiração, perplexidade, respeito, compaixão, receio, e nas crianças, na grande maioria das vezes, muito medo.

O livro aborda tópicos como “Afinal de contas, quem foi ela?”, “Uma mulher e seus muitos nomes”, “A Rua Chile na visão de Jorge Amado”, “Uma rainha passeia pela Rua Chile”, “Psiquiatria, psicologia e psicanálise”, “Uma tentativa de apagamento da história da Mulher de Roxo”, “Cena glauberiana”, “Seus últimos dias”, dentre outros.

Como um verdadeiro resgate de uma lenda urbana da nossa cidade, a história da Dama da Rua Chile é retratada na obra que tem 70 páginas e sai pela Editora Novos Sabores (DF). livro “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?” estará à venda nas livrarias de Salvador, Escariz (Shopping Barra), Leitura (Salvador Shopping) e Glauber (Cine Glauber Rocha), e também através de serviço de envio pelo Correios.

“Discorrer sobre a enigmática Mulher de Roxo é um grande desafio, pois fez-se necessário debruçar-se diante de um “quebra-cabeça” com mais de mil peças, onde muitas delas já não se encaixam ou mesmo se perderam ao longo dos anos”, revela Adson Brito do Velho que conta que falar da Mulher de Roxo para ele foi uma tarefa árdua, mas ao mesmo tempo prazerosa, “um trabalho contínuo de (re) construção de uma história cheia de lacunas e incertezas, onde realidade e fantasia se misturam em uma verdadeira simbiose”, completa.

Foram mais de 2 anos de muitas pesquisas em livros, revistas, sites, blogs, cordéis, além da realização de inúmeras entrevistas e conversas com pessoas que conviveram, direta ou indiretamente com a misteriosa senhora. O livro conta com depoimentos como o do jornalista Nelson Cadena, da escritora Patrícia Sá Moura, do escritor Clarindo Silva, da professora e antropóloga Joseneia Bittencourt Pereira, da ex-funcionária da Casa Sloper, Ray Fortuna, com uma entrevista com Ivone Maria do Carmo, que conviveu com a Mulher de Roxo com um texto do dramaturgo Deolindo Checcucci.

Imortalizada

O livro também retrata obras que imortalizaram a Mulher de Roxo, como o painel da Assembléia Legislativa da Bahia, intitulado de “Procissão do Bom Jesus dos Navegantes”, obra do artista plástico Carlos Bastos.No lendário filme “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969) do genial cineasta baiano Glauber Rocha.  Na música “Aleluia” (2012) da banda Cascadura e Pitty. Na montagem teatral da Escola de Teatro da UFBa, “A Mulher de Roxo”, sob a direção de Deolindo Checcucci, protagonizada pela atriz Selma Santos. Na montagem “A Mulher de Roxo e Outras Histórias da Bahia”, com texto e direção de Adson Brito do Velho.

Quem era a Mulher de Roxo?

Possivelmente nascida em Salvador, no incerto ano de 1917, a Mulher de Roxo durante mais de 30 anos, entre 1960 e 1997, perambulava pela icônica Rua Chile, no Centro Histórico de Salvador, cujo ponto predileto era em frente à antiga Casa Sloper, onde vivia pedindo esmolas aos transeuntes que por ali passavam e não aceitava moedas.

Era também conhecida como A Dama da Rua Chile. Tinha a voz infantilizada e era inofensiva, não havendo registros de ter agredido alguém, mas a sua presença despertava uma estranheza, pois na maioria das vezes trajava vestes roxas ou pretas, que mais se assemelhavam ao hábito de uma freira. Com um enorme crucifixo pendurado no pescoço, ela em raríssimos momentos também aparecia vestida de noiva, segurando um buquê de flores, fortalecendo ainda mais a versão de que ela fora abandonada no altar no dia do seu casamento pelo próprio noivo.

Dados sobre a sua vida são bastante controversos, onde realidade e fantasia misturam-se, despertando ainda mais a curiosidade do povo baiano, e até mesmo seu nome é incerto, pois alguns diziam que chamava-se Doralice ou Florinda, e outros, Nair ou Sandra.

São muitas as versões que vão além da desilusão amorosa, como a que teria se apaixonado por um padre e não correspondida, enlouqueceu; outra que era viciada em jogos de azar, perdeu tudo em apostas; outra, que presenciou sua mãe matar seu pai, ou que a sua casa, na Ladeira da Montanha pegou fogo.

Se sabe que ela vivia no Albergue Noturno mantido pela prefeitura, na Baixa dos Sapateiros, onde hoje funciona o Posto de Saúde Pelourinho. O albergue foi atingido por um grande temporal e a Mulher de Roxo perdeu todos os seus documentos, começando aí o grande mistério da sua vida.

Bastante adoentada, e sem os documentos, passou os últimos dias da sua vida internada no Hospital Santo Antônio, hoje Hospital Irmã Dulce, onde faleceu 1997, aos 80 anos, sendo sepultada como indigente, sendo solitária na vida e na morte.

SERVIÇO:

Lançamento do livro “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo”

Autor         Adson Brito do Velho

Data           10/08/2024 (sábado)

Horário     18h às 20h.

Local         Livraria do Glauber, Cine Glauber Rocha, Praça Castro Alves, 5, Centro

Valor        R$ 50,00.

Contato      (71) 98631 3242

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